Obtenção da Placa Preta costuma ser rápida, levando em média 48 horas, revela o Presidente do TopClassic, Diogo Boos

Modelos fabricados há 30 anos ou mais estão aptos a solicitar esse selo de qualidade, que aumenta o valor de mercado do veículo. Confira as dicas do TopClassic Veículos Antigos para evitar dores de cabeça

Aquele modelo que foi cuidado com todo carinho e completa 30 anos de fabricação agora já pode circular por aí exibindo a tão desejada Placa Preta. Conheça 24 carros e motos lançados ou produzidos em 1994 que estão aptos a obter esse selo de qualidade, que ainda confere um charme extra e aumenta o valor de mercado. O melhor de tudo é que o processo de obtenção é mais simples e rápido do que muitos imaginam, como revela a Associação Brasileira de Colecionadores de Veículos Antigos (TopClassic), especializada no assunto e que presta serviços em vários Estados. “Sempre que um modelo faz 30 anos, fica a impressão de que é muito novo para rodar com a Placa Preta, mas essa renovação é muito bem-vinda, pois novos colecionáveis criam a oportunidade para mais apaixonados terem seu veículo antigo’’, salienta o presidente do TopClassic, Diogo Boos.

Chevrolet Corsa Wind 1994

O ano de 1994 foi repleto de lançamentos, tanto de carros inéditos quanto de novas versões de modelos já existentes. A indústria automotiva nacional estava a pleno vapor e o mercado havia sido aberto aos importados apenas 4 anos antes, em 1990. Resultado: uma infinidade de automóveis e motos chegava às lojas. Alguns, porém, se destacaram em meio à multidão e marcaram época. Um deles foi o Fiat Uno Turbo, primeiro nacional a vir equipado com motor turbinado de fábrica, o 1.4 de 4 cilindros e 118 cv. Como acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 s e atingia 195 km/h, rapidamente conquistou o título de carro mais rápido do Brasil. Mas o reinado durou pouco, pois logo em seguida a Fiat lançou o Tempra Turbo que, com o seu 2.0 de 165 cv, acelerava de 0 a 100 km/h em 8,2 s e alcançava 220 km/h.

Fiat Uno Turbo 1994

Outro modelo esportivo que recebeu mudanças em 1994 foi o Chevrolet Omega, passando a vir equipado com um novo 6 cilindros: o 4.1 de 168 cv no lugar do 3.0 alemão de 165 cv. Com potências bem mais modestas, a Chevrolet lançava o Corsa em duas opções de motorizações: 1.0 de 50 cv e 1.4 de 60 cv. Mas não demorou para a versão esportiva GSi dar as caras no Salão do Automóvel de 1994, elevando a régua com o motor 1.6 16V de 108 cv. A Volkswagen não ficou para trás e apresentou a nova geração do Gol, que ficou conhecida como ‘‘Gol Bola’’, apelido recebido devido ao design arredondando, muito mais moderno em relação ao Gol quadrado. O modelo podia vir equipado com o 1.0 de 50 cv ou o 1.6 de 86 cv.

Volkswagem Pointer 1994

No início de 1994, começava a chegar às lojas o Volkswagen Pointer, que havia sido apresentado um mês antes, em dezembro de 1993. Era quatro versões e duas opções de motor. As potências eram de 86 cv (1.8 a gasolina), 95 cv (1.8 a etanol), 106 cv (2.0 gasolina) e 113 cv (2.0 etanol). Cereja do bolo, a topo de linha GTi trazia motor AP-2000 injetado de 115,5 cv. O hatch teve vida curta, saindo de linha em dezembro de 1996, após 37 mil unidades vendidas.
Modelos menos famosos também estreavam há 30 anos: os franceses Citroën ZX Volcane 16V (2.0 de 155 cv) e Renault Twingo (motor 1.2 de 55 cv) e o sul-coreano Daewoo Espero (propulsor 2.0 de Monza com 115 cv). Um asiático ampliava as opções para o fora-de-estrada Rocsta GT, equipado com motor 2.2 diesel de 72 cv e que era uma cópia do Jeep Wrangler. O modelo chegou importada pela Asia, famosa pelas vans Towner e Topic.

Jeep Wrangler

Paralelamente, desembarcavam no Brasil modelos que iriam se tornar muito desejados por toda uma geração: Ferrari F355 (V8 3.5 de 380 cv), Dodge Viper (V10 8.0 de 400 cv), o Audi S6 (motor de 5 cilindros 2.2 de 230 cv) e a perua Audi RS 2 Avant (motor 2.2 turbo de 5 cilindros da Porsche com 315 cv). Mais comportados, outros carros dariam início a uma trajetória de sucesso em vendas, a exemplo da quinta geração do Toyota Corolla (motor 1.8 de 115 cv) e também a quinta geração do Honda Accord (motor 2.2 de 145 cv). Dos Estados Unidos, chegavam o sedã Ford Taurus (V6 3.0 de 142 cv) e, através de importadores independentes, a picape Ranger (V6 4.0 de 162 cv).

Ferrari F355 (V8 3.5 de 380 cv)

 

Motos que chegaram aos ‘’30’’

Honda CG Titan 125

No mercado de motos, 1994 teve poucas, mas boas novidades. A Honda lançava um dos maiores sucessos de todos os tempos, a CG Titan, equipada com motor de 125 cilindradas e 12,5 cv. A gaúcha Agrale dava o troco nacionalizando a Cagiva Super City 125, com seu belo visual e motor de 34 cv.
Entre as esportivas, brilhou a Ducati 916 Senna (115 cv de potência), desenvolvida em colaboração com o piloto Ayrton Senna, e a Suzuki GS 500 E (52 cv). Também em 1994, a Honda trazia a custom Magna 750, com motor de 78 cv, enquanto a rival Yamaha lançava a Virago 535 (47 cv).

Vale lembrar que qualquer moto, carro, ônibus ou caminhão fabricado em 1994 ou antes está apto a solicitar a Placa Preta

CARROS QUE COMPLETAM 30 ANOS EM 2024:
1 – Volkswagen Gol ‘’Bola’’
2 – Volkswagen Pointer
3 – Chevrolet Corsa Wind, Super e GSi
4 – Chevrolet Omega 4.1
5 – Fiat Uno Turbo
6 – Fiat Tempra Turbo
7 – Ferrari F355
8 – Dodge Viper
9 – Audi S6
10 – Audi RS 2 Avant
11 – Toyota Corolla (5ª geração)
12 – Honda Accord (5ª geração)
13 – Ford Taurus
14 – Ford Ranger
15 – Renault Twingo
16 – Citroën ZX Volcane 16V
17 – Daewoo Espero
18 – Asia Rocsta GT

MOTOS QUE COMPLETAM 30 ANOS EM 2024:
1 – Honda CG Titan
2 – Cagiva Super City 125
3 – Honda Magna 750
4 – Yamaha Virago 535
5 – Ducati 916 Senna
6 – Suzuki GS 500E

O passo a passo para solicitar a Placa Preta

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que a Placa Preta para veículos antigos é diferente daquela utilizada por veículos oficiais, como prefeituras, pois identifica um exemplar de coleção. Para consegui-la, é necessário que o automóvel, moto, ônibus ou caminhão tenha sido fabricado há 30 anos ou mais, esteja em bom estado de conservação e atinja um mínimo de 80 pontos na vistoria de originalidade. “O primeiro passo é filiar-se a um clube, que é o responsável por informar anualmente à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) sobre os Certificados de Veículo de Coleção (CVCOL) expedidos, mantendo obrigatoriamente um cadastro de associados e suas Placas Pretas”, explica o presidente do TopClassic, Diogo Boos. A segunda etapa é agendar a vistoria com o clube. “Nós temos um importante diferencial: realizamos uma pré-vistoria sem compromisso para informar o proprietário se o veículo atingirá o mínimo de 80 pontos na vistoria ou se necessitará realizar adequações para ficar dentro dos padrões exigidos”, reforça Diogo. Após a aprovação, o proprietário leva o veículo ao centro de registro de veículos do Detran do seu Estado para efetivar a mudança de categoria, pagando as respectivas taxas e colocando a Placa Preta. Todo esse processo costuma ser rápido, levando em média 48 horas.

Placa Preta do modelo anterior

Depois de obtida, a Placa Preta tem validade de 5 anos, a contar da data de expedição. Após esse período, o veículo deverá passar por uma nova vistoria com a finalidade de constatar se ainda está dentro do mínimo de 80 pontos de originalidade. Ao contrário do que alguns supõem, o carro com Placa Preta pode rodar normalmente em qualquer dia da semana e paga pedágio como todos os demais. Já o IPVA pode variar de Estado para Estado, mas no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, por exemplo, todos os carros com mais de 20 anos estão isentos do imposto, abrangendo automaticamente, dessa forma, os veículos com Placa Preta, que têm 30 anos ou mais. Em Santa Catarina, apenas automóveis com mais de 30 anos não pagam IPVA e, em Minas Gerais, têm isenção total apenas os veículos com Placa Preta ou com valor histórico comprovado.

SOBRE O TOPCLASSIC
Filiada à Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), a Associação Brasileira de Colecionadores de Veículos Antigos (TopClassic Veículos Antigos) foi oficialmente criada em 26 de agosto de 2014 e tem sua sede em Novo Hamburgo. A entidade atualmente tem mais de 500 sócios em Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, destacando-se em nível nacional ao auxiliar colecionadores na obtenção da tão sonhada Placa Preta. Para isso, conta com vistoriadores devidamente qualificados em diversas regiões. Contatos podem ser feitos pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (51) 99400-5980.


Informações adicionais:
Adair Santos – jornalista